A novela que envolve a área da antiga rodoviária em guia da cidade Ribeirão Pires está longe de terminar. Por manobra encabeçada pela oposição, o projeto de lei que revogava a concessão do local para empresa vencedora de licitação para construir shopping no local foi adiado por duas sessões.

O problema em torno do espaço começou em maio. A ideia inicial era construir um centro de lojas, com cinema. Mas a vencedora da licitação, a Sotto Empreendimentos, foi inabilitada pela comissão de licitações da Prefeitura por não apresentar certidão de débitos. A empresa conseguiu reverter o parecer na Justiça, mas a segunda colocada, FIG Construtora, recorreu da decisão, o que encaminhou o processo para o Tribunal de Justiça de São Paulo. Estima-se que os trâmites demorem cerca de seis meses. Pela demora, o prefeito Clóvis Volpi (PV) abortou projeto do shopping e agora pretende instalar mercado no local.

Como o Executivo tem pressa em resolver a questão, a matéria para revogar a concessão entrou em regime de urgência. Dessa forma, seria necessária somente uma votação dos pares. Mas os vereadores resolveram se rebelar contra o Poder Executivo.

O governista José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR), usou a tribuna para colocar em prática o plano arquitetado nos bastidores antes do início da sessão e solicitou adiamento da matéria. “Fala-se em shopping, mas agora já mudaram para mercadão. Precisamos ver direito o que será feito.”

Rapidamente, o presidente da Câmara, Gerson Constantino (PV), que anunciou ida para o PSD, colocou o pedido em votação. “O meu trabalho é conduzir o trabalho e garantir relação harmoniosa”, desconversou. Não houve manifestação dos vereadores, pois os fieis ao prefeito Clóvis Volpi (PV) sabiam que seriam derrotados pelo grupo encabeçado pelo vereador Koiti Takaki (PV), que angariou sufrágios necessários para adiar o texto.

A situação bastou para que o líder do governo, Antônio Muraki (PTB), mudasse o semblante. Para contornar situação, Koiti, Gerson e Saulo Benevides (sem partido) chamaram o petebista para conversar. “Cada vereador tem sua reflexão. Prefiro optar por algo que será mais rápido”, cutucou o líder.

Fonte: Diário do Grande ABC